— O que importa o lugar, Dane-se! Cale-se!, pois trago todo o peso do mundo comigo, minha filha está morta, se fosse viva dois mundos apoiavam-se em meus ombros mais a minha filhinha a bater-me, a gritar-me, jogando coisas e deixando marcas de suor nas paredes, os dedos dela a perfurarem o abdômen ferido e eu a cuidar inventando mil remédios, e eu forte, e eu mais feliz, a brigar com o tempo e a esquecer da morte (…)
Posts Tagged ‘choro’
Todos os anos de uma só vez a cair
Posted in José Roldão, Literatura, morte, Narrativas, Relatos, Solidão, tagged agulhas, choro, chuva, doença, falecimento, filha, hospital, Maca, mãe, mãos, médicos, Memória, mongolismo, morte, nebulizador, olhos, Solidão, sozinha on Julho 11, 2009| Leave a Comment »
DESERTO
Posted in José Roldão, Literatura, Poesias, tagged cárcere, choro, fuga, garganta on Abril 2, 2008| Leave a Comment »
Tenho um choro retido na garganta
Desses que ficam gritando encarcerados
Não cedo as chaves nem descanso os olhos
Que vigiam atentos qualquer tentativa de fuga
Tenho um nó apertado na lembrança
Desses que, se puxam, ficam mais apertados
Não cedo atenção nem dilato os poros
Que engelham a pele sentindo dor alguma
Sinto como se o tempo escoasse
Ralo abaixo de minha vida aberto
Secando toda reserva que em mim exista
Melhor mesmo que seque ‘inda que resista
Assim do cárcere e do laço me liberto
E não haveria dor nem fuga que me alcançasse
[ José Roldão ]